Distribuidor Interno Óptico DIO e Fusão Óptica: O guia definitivo
Um projeto de conectividade óptica precisa ser planejado cuidadosamente. Apesar de ser uma solução conhecida pela alta velocidade no tráfego de dados e perda de sinal praticamente nula, vários aspectos devem ser considerados. Um deles diz respeito à organização de racks com o uso de Distribuidor Interno Óptico necessário na maioria dos projetos que exigem o uso de fibras óptica e procedimentos de fusões ópticas.
O Distribuidor Interno Óptico também é conhecido como DIO. Mesmo quem trabalha com TI pode não ter muita familiaridade com este termo — por isso preparamos este artigo completo, visando explicar conceitos e procedimentos, bem como tirar dúvidas acerca de um projeto envolvendo fibra óptica e fusões ópticas. Boa leitura!
Tabela de conteúdos
- O que é o Distribuidor Interno Óptico?
- O que é a fusão óptica?
- Certificação de Fibras Ópticas
- O que considerar ao escolher um Distribuidor Interno Óptico em seu projeto?
- Por que a Nasa Tecnologia?
O que é o Distribuidor Interno Óptico?
O Distribuidor Interno Óptico é um equipamento responsável por dar flexibilidade e organização aos cabos de fibra óptica. Em outras palavras, ele protege e acomoda as fusões entre extensões e cabos. O DIO costuma ser usado em projetos de maior robustez, tornando mais organizado o cabeamento óptico.
Com o Distribuidor Interno Óptico, o risco de rompimento dos cabos e interferência externa é menor. Além disso, o seu uso em um projeto está diretamente atrelado ao aumento de vida útil, eficiência e flexibilidade dos cabos. Um DIO, portanto, é um equipamento fundamental para que a instalação de fibra óptica seja confiável e duradoura.
O DIO possibilita o roteamento das fibras ópticas conforme a necessidade de aplicação na rede. Ele pode ser instalado em rack de 19” ou diretamente na parede dentro de salas de telecomunicações ou sala de equipamentos por exemplo.
O que é a fusão óptica?
A fusão ou emendas ópticas consiste na junção de dois segmentos de um cabo de fibra óptica. Na prática, o que ocorre é uma soldagem de precisão de fibras ópticas, muito aplicadas quando se necessita:
- Unir um cabo de fibra a uma extensão optica conectorizada ( normalmente dentro de um Distribuido Interno Óptico);
- Converter um tipo de cabo óptico para outro tipo de cabo óptico ( Ex: Cabo Losse para Tight);
- Conectar um equipamento de teste;
- Prover manutenção em um cabo rompido ou dar continuidade em um lance ou bobina de cabo óptico.
Acompanhe, a seguir, as etapas necessárias nesse processo: preparação, fusão e revestimento.
Preparação da fibra óptica para fusão óptica
Esta etapa costuma ser feita em seis passos, que devem ser realizados em cada um dos segmentos que serão fundidos. São eles:
- Decapar o cabo óptico – Nesta etapa é necessário decapar o cabo e remover a fibra de aramida, sendo que cada tipo de cabo óptico, possui um processo e uma ferramenta de decapagem específica;
- Remoção do tubo loose – Quando for o caso de cabos ópticos tipo loose, deve ser removido o tubo e limpeza de todo gel;
- Decapar a fibra óptica – após a limpeza da ffibra, deve-se remover o acrilato com o uso do decapador;
- Limpeza da fibra óptica – a limpeza deve ser feita com álcool isopropílico sempre no sentido para fora da fibra;
- Clivagem – neste processo a fibra é cortada precisamente em 90º através de um clivador. Após esta etapa a fibra não poderá mais ser limpa;
- Emenda da fibra ou Fusão Óptica – este processo pode ser feito por processo mecânico como quando utilizado cabo drop de fibra ópticas em redes FTTX ou por fusão ( terminação em Distribuidores Ópticos Internos – DIO)
Fusão Óptica
Uma das formas de fazer a fusão óptica é por meio de um aparelho específico, também conhecida como máquina de fusão. Nele, as duas fibras são colocadas em seu motor de alinhamento ( também conhecido como V-Groove ) após realizado o procedimento anterior.
Após isso, as fibras ópticas são aproximadas pelo V-Groove, até a uma distância de aproximadante 1μm ( micrómetro) entre elas e são inspecionadas pelo equipamento e fundidas. O modelo de operação da máquina de fusão normalmente são dois: alinhamento pelo núcleo e o alinhamento pela casca.
Revestimento
Durante o procedimento, existe o risco de quebra nas junções. Por isso, o local da fusão é revestido com um tubete de resina, sendo que este é colocado no dispositivo de aquecimento do aparelho. Depois disso, deve-se apertar novamente o botão para o aparelho iniciar o procedimento, de modo que, ao final, o tubete de resina deve estar moldado à fibra.
Falhas aceitáveis e não aceitáveis na fusão óptica
Apesar de existir um aparelho de precisão e o revestimento com tubete para proteção, é possível ainda que a fusão não saia conforme o esperado. Falhas podem acontecer e elas poderm ou não afetar a performance da fibra em termos de transmissão. São elas:
- ocorrência de uma linha branca vertical no interior da fibra;
- fusão fora de alinhamento;
- fibra suja;
- fibra com diferença de diâmetro.
Falhas mais graves são:
- linha preta vertical grossa no interior da fibra;
- ocorrência de bolha;
- sombra preta;
- saliência no exato ponto onde ocorreu a fusão.
O fator humano é fundamental para que as fusões acontençam de forma rápida e correta, principalmente nos procedimentos que antecedem a fusão óptica. Por essas razões uma empresa especializada em cabeamento estruturado e conectividade óptica é o melhor caminho.
Certificação de Fibras Ópticas
A certificação de fibras ópticas tem como objetivo garantir a integridade e desempenho da rede óptica após toda a sua instalação realizado com o uso do OTDR.
O OTDR, ou Reflectômetro Óptico no Domínio do Tempo, é um equipamento fundamental na manutenção preventiva de redes ópticas. Estando com a calibração em dia esse equipamento irá de forma definitiva garantir o padrão de conectividade óptica desejado e atestar a correta instalação de distribuidores ópticos internos e suas respectivas fusões.
O que considerar ao escolher um Distribuidor Interno Óptico em seu projeto?
Uma transmissão de dados veloz e estável está diretamente ligada a um projeto de fibra óptica bem planejado e executado. Isso passa, necessariamente, pelas especificações do Distribuidor Interno Óptico, tipo de fibra, ambiente de instalação, conectores e polimentos de fibra e, por fim, os acessórios de organização. A seguir, vamos explicar cada um deles.
Tipo de fibra
Existem dois tipos de fibra óptica: multimodo e monomodo. A primeira são recomendadas para distâncias de até 2.000 metros. Para distâncias maiores a norma TIA recomenda utilizar fibras monomodo. A escolha da fibra ópticas em um projeto, dependerá basicamente da:
- Taxa de Transmissão desejada (1Gb/s, 10Gb/s, 40Gb/s, 100Gb/s);
- Distância dos lances;
- Transceivers e Switches ( 1000Base-XX, 10GBase-XX, 40GBase-XX, 100GBase-XX).
Multimodo OM3
Antes de falarmos da fibra multimodo OM3, falaremos brevemente sobre os tipos OM1 e OM2. A primeira suporta, em uma distância de 33 metros, até 10 Gigabit Ethernet, e na maioria das vezes, a sua fonte de luz é LED. A OM2 se parece muito com a primeira, suportando os mesmos 10 Gigabit Ethernet, mas o comprimento máximo é mais do que o dobro, correspondendo a 82 metros com a utilização de Interface Ópticas (Transceivers) do tipo SR (mais comuns).
A primeira diferença da fibra multimodo OM3 para as duas outras é a cor de seus conectores (parte de fora do cabo). Enquanto a OM1 e OM2 são laranja, a OM3 é na cor água, além de ter uma performance mais satisfatória. Essa fibra, em distâncias de até 320 metros, suporta 10 Gigabit Ethernet. Outra diferença importante é que, em vez de LED, a multimodo OM3 tem um cabo desenvolvido para equipamentos à base de laser.
Multimodo OM4
Um diferencial da fibra multimodo OM4 é que ela é capaz de fazer a transmissão a laser VCSEL. Basicamente, isso significa que essa fonte altera a frequência da taxa de transmissão. Na prática, essa alteração não exige correntes e nem tensões de condução altas, dando a ela uma performance bem superior, se comparada com os outros três tipos citados. Em relação à distância, a OM4 suporta até 10 Gbit/s em um comprimento de 550 metros.
Multimodo OM5
A fibra multimodo OM5 foi projetada visando transmitir dados com velocidades entre 40 Gb/s e 100 Gb/s. Para isso, foi criada uma tecnologia específica chamada SWDM, ou Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda Curto. Caso a empresa tenha, por exemplo, datacenters com maior necessidade de link longo, a multimodo OM5 é uma ótima opção.
Monomodo
Uma das principais vantagens da fibra monomodo é que ela permite transmitir dados por longas distâncias. Além disso, o seu preço é menor do que a fibra multimodo. A diferença de custos em um projeto monomodo ou multimodo está muitas vezes atrelado a quantidade de Transceivers utilizados, pois sendo estes monomodo o investimento necessário para o projeto aumenta.
Elas são utilizadas predominantemente em projetos em Rede CAN, WAN, e Redes Ponto-Multimponto ( FTTX e Laserway)
Exemplos de aplicações de fibras ópticas
Inicialmente, vamos falar do datacenter como ambiente de instalação. Quando a empresa deseja implementar um projeto desse tipo, ela está em busca de maior segurança e estabilidade na transmissão de dados.
Datacenters e Backbones de Interligação de Racks
Por meio de um estudo técnico, é possível identificar, entre outras coisas, a distância a ser percorrida pelos dados e a topologia ideal do projeto. Em geral, usa-se a fibra multimodo em um cabeamento interno de data center, visto que a distância interna é menor que 2KM e o uso de distribuidores internos ópticos e transceivers é maior.
No entanto, isso não significa que a fibra monomodo também não pode ser usada. Existem cenários em que a infraestrutura de TI exige distâncias maiores, como na interligação de Racks em prédios distintos.
Quadros industriais
Em relação ao projeto em quadros industriais, infere-se que as distâncias percorridas pelos dados não sejam muito grandes. Nesse sentido, o uso de fibra óptica multimodo pode ser uma boa opção, considerando que a demanda por uma conexão veloz seja limitada ao espaço daquela indústria.
Tipo de conectores ópticos
Os conectores de fibra, ou junções ativas, têm a função de conectar dois cabos de fibra óptica. Como é de se esperar, a ideia aqui é promover um caminho contínuo por onde deve passar a luz, sendo usado, por exemplo, em:
- quadros de distribuição de fibra óptica;
- equipamentos de teste da fibra óptica;
- linhas de transmissão de fibra óptica;
- distribuidor interno óptico.
Conectores e Adaptadores Ópticos LC e SC
Existem vários tipos de conectores. No entanto, para o nosso propósito, vamos nos deter no LC e no SC. O primeiro é uma atualização do segundo, sendo composto por travas e pequenos anéis conectores.
Uma de suas principais vantagens está na economia de espaço, em comparação com o SC, tornando o seu desempenho melhor em relação à transmissão de dados. Se um rack tiver uma grande quantidade de cabos, o uso do tipo LC tende a ser uma excelente escolha. O conector tipo LC é o mais utilizado para interligação de switches, servidores e storages.
Já o SC é um conector bastante tradicional no mercado. Projetos de telecomunicações com conversores de midea costumam usá-lo, bem como as chamadas redes ópticas passivas (PON), cuja topologia é de ponto a multiponto.
Polimento de fibra
Basicamente, o polimento consiste em um acabamento que fica na extremidade do conector óptico. Portanto, é algo diretamente relacionado com a transmissão de luz entre dois cabos de fibra óptica. A seguir, falaremos sobre dois dos principais tipos: APC e UPC.
APC
O APC (Angled Physical Contact) é um polimento recente caracterizado pela baixa perda de sinal. Na prática, o fato de o ângulo ser de 8 graus torna a conexão entre os polimentos mais firme.
UPC
O UPC (Ultra Physical Contact) se assemelha bastante ao APC. No entanto, entre eles existe uma diferença fundamental, que é o ângulo, sendo mais agudo no UPC. Além disso, a perda é menor, sendo de -55 dB no UPC e -60 dB no APC.
Acessórios de organização de Distribuidores Internos Ópticos
Nesta parte do texto, vamos falar sobre três componentes essenciais que normalmente acompanham o Distribuidor Interno Óptico: kit bandeja, kit suporte e bandeja de sobra.
Kit bandeja
Este kit possui componentes como bandejas, filme plástico protetor, parafuso de fixação e protetores de emenda. Tem por finalidade acomodar as fusões ópticas dos DIOs, estando disponível para configurações de 12, 24, 36 e 48 fibras ópticas. A expansão dessa capacidade é feita mediante o empilhamento das bandejas, com o auxílio de travas.
Kit suporte
A função do kit de suporte é fixar os adaptadores ópticos das extensões que são usadas na configuração do Distribuidor Interno Óptico. Além de ser compatível com o DIO modelo A270, ele é recomendado em ambiente de instalação interno, sendo também fornecido com parafusos. Está disponível para os conectores ópticos LC, SC, ST, FC e MT-RJ.
Bandeja de sobra
Usa-se bastante a bandeja de fibra em racks e sistemas de telecomunicações ópticos. Pode acontecer de haver um comprimento excedente de cordões ópticos, usados na interligação entre distribuidores e equipamentos de rede.
Além de ter um simples manuseio, sua gaveta deslizante facilita o acesso aos cordões armazenados. Vale ainda destacar que a bandeja é resistente a eventos envolvendo corrosão, mediante condições específicas de uso em ambientes internos.
Definido estas aplicações você terá condições de especificar corretamente um Distribuidor Interno Óptico e todos os seus acessórios vistos a seguir:
Por que a Nasa Tecnologia?
Vimos que o Distribuidor Interno Óptico, ou DIO, é parte fundamental em um projeto de fibra óptica. Visto que ele dá maior flexibilidade aos cabos, isso impacta diretamente a performance da rede em termos de transmissão de dados. Além disso, ele ajuda na melhor organização dos cabos, principalmente quando eles são em grande quantidade.
Com tantos detalhes a serem considerados, é fundamental contar com uma empresa séria e especializada em projetos de conectividade po fibra óptica. Nós da Nasa Tecnologia somos referência nacional em cabeamento estruturado, além de suporte de TI, cibersegurança e LGPD para empresas. Nosso compromisso é em promover inovações e melhorias aos negócios por meio da tecnologia, agilizando e melhorando processos continuamente.
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